Diário de Mercado na 6ª feira, 02.03.2018
Ibovespa passa por cima do imposto de Trump
Resumo.
O Ibovespa se recuperou do tombo inicial e fechou na máxima do dia. A abertura declinante foi ocasionada pelo anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor taxações sobre importações de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, que também levou os índices em Nova York a principiarem o dia negativos.
O índice doméstico abriu declinante, mas, ao longo do dia, os agentes foram digerindo a notícia dos EUA e ao invés de derrubar o mercado como um todo, situação que estava ocorrendo, acabou impactando negativamente tão somente os papéis do setor de siderurgia e mineração, mas, não de modo tão incisivo como tinham começado.
Os índices Nasdaq e S&P500 também se recuperaram e fecharam positivos, enquanto o índice Dow Jones reagiu, mas, ainda terminou em pequena baixa.
Já os mercados acionários europeus, que encerraram antes por conta do fuso horário, acabaram com quedas.
Ibovespa.
O índice abriu decaindo e chegou a vir abaixo dos 84 mil pontos pela manhã. Entretanto, de meio dia em diante, seguiu em tendência ascendente e entrou em campo positivo na meio hora final para encerrar na máxima do dia.
As reversões para campo altista da Petrobras e do setor de bancos foi decisiva para o comportamento do índice, se contrapondo às perdas dos papéis do setor de siderurgia e mineração.
O Ibovespa fechou aos 85.761 (+0,45%), acumulando -1,75% na semana, +0,48% no mês, +12,25% no ano e 30,23% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 8,584 bilhões, sendo R$ 8,167 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 4ª feira, 28.02.2018, ocorreu retirada líquida de R$ 1,075 bilhões em capital estrangeiro da bolsa, encerrando com saldo negativo de R$ 4,232 bilhões em fevereiro. Em 2018, a Bovespa acumula ingresso líquido de R$ 5,317 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Caged (criação de vagas formais na economia) mostrou geração de 77.822 mil postos de trabalho (sem ajuste) em janeiro. Este foi o primeiro dado positivo para esse mês após quedas nos últimos três anos, bem como marcou o mais alto número para um mês de janeiro desde 2012.
Vale ressaltar que no ano passado houve redução (com ajuste) de 25.358 postos de trabalho e, com este resultado, o indicador tornou-se positivo nos últimos doze meses, acumulando criação de 83.539 vagas líquidas.
O IPC-Fipe registrou deflação de -0,42% em fevereiro - a mais baixa taxa desde novembro de 1998 (-0,44%). O indicador passou a acumular +0,04% no ano e +2,07% em 12 meses versus +2,41% até janeiro. Já o índice de confiança do consumidor da CNI ficou praticamente de lado, arrefecendo a 102,7 em fevereiro, ante 102,9 em janeiro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), por conta do mau estar gerado pelas medidas nos EUA, operou com pequena alta a maior parte da sessão, mas, cedeu na hora final de negócios.
O dólar encerrou em leve queda no dia, a R$ 3,252 (-0,16%), acumulando +0,34% na semana, +0,42% no mês, -1,71% no ano e +3,30% em 12 meses.
Risco Brasil.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu para 158 pts, frente aos 159 pts da véspera.
Juros.
O aumento da percepção dos agentes de elevação das chances de corte de 25 pts-base na decisão do Copom em 21 de março próximo fez com que as taxas curtas e médias recuassem. Como os DIs mais longos caíram, apesar de menos do que o restante, a curva da estrutura da taxa de juros baixou como um todo.
Para a próxima semana:
No Brasil: Utilização da capacidade instalada CNI, Produção industrial, dados de veículos Anfavea, IGP-DI / FGV, IGP-M / FGV 1ª prévia e IPCA / IBGE;
Nos EUA: Pedidos de fábrica, Pedidos de bens duráveis, ADP - Variação setor empregos privados, Produtividade, Custo da mão-de-obra, Balança comercial, Livro Bege, Crédito ao consumidor, Payroll - criação vagas economia e Média de ganhos por hora;
Alemanha, França e Reino Unido: Produção industrial;
Zona do Euro: Taxa de juros (BCE);
Japão: PIB e Taxa de juros (BoJ);
China: Reservas estrangeiras, Balança comercial, Exportações, Importações, IPP e IPC.
Confira no anexo o relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 02.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos